A Lista Negra, de Jennifer Brown.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015




IMPORTANTE: Alguns podem considerar que essa resenha tem spoiler, mas a primeira página do livro já abre o jogo sobre o enredo. De qualquer forma, fica aqui o alerta.

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    Iniciamos a leitura com um trecho do jornal Tribuna de Garvin, escrito pela repórter Angela Dash, relatando o tiroteio ocorrido na praça de alimentação do Colégio Garvin no dia anterior. A repórter discorre brevemente sobre a tragédia focando em Valerie, uma das vítimas e namorada de Nick, estudante responsável pelo tiroteio.
  Valerie e Nick faziam parte do grupo dos excluídos na escola. Não eram chamados para as festas, eram empurrados no corredor do ônibus escolar, recebiam apelidos terrivelmente ofensivos e frequentemente eram acertados com comidas em suas faces. Os dois eram alvos fáceis do tão combatido e, ainda assim, tão comum monstro escolar: o bullying.
   Antes mesmo de conhecer Nick, Valerie resolveu criar uma forma de distração de toda a raiva e frustração sentida durante seu dia, e assim surgiu a Lista Negra. Na lista ela anotava nomes de pessoas, coisas e situações que a incomodavam, podendo ser uma garota que a atormentava na escola, um dia chuvoso entediante ou as brigas constantes de seus pais. Após virarem amigos, Nick se tornou mais um “escritor” da lista negra, acrescentando os inúmeros namoros frustrados de sua mãe, uma aula chata ou um professor ranzinza. A lista negra era o segredo do casal e, aparentemente, servia apenas para descontarem em uma folha de papel todo o ódio que sentiam do mundo.
   Nick era um fã assumido de Shakespeare, sempre absorvendo o lado trágico de suas obras e apreciando toda a parte sombria e em contato com a morte em seus livros. Valerie sempre acreditou que o comportamento de Nick e suas conversas sobre morte tinham uma inspiração romântica nessas obras e que não eram motivo de preocupação.
   Foi então que - no dia 02 de maio de 2008 - a Lista Negra se transformou no maior inimigo que Valerie poderia ter.


   O livro tem uma estrutura muito bacana de mesclar passado e presente para explicar sua história. Senti a dor de Valerie, das famílias envolvidas, dos estudantes traumatizados...é uma história bem forte e tocante. A leitura me fez refletir bastante sobre o bullying e o quanto desprezamos a sua força ao afirmarmos que é só uma brincadeira, que não tem nada demais ou que "na minha época todo mundo sofria bullying e ninguém ficou traumatizado". O fato de não ter ocorrido uma tragédia "na sua época" não significa que alguém não tenha problemas até hoje pelo que sofreu na infância. Faltando apenas dois dias para ser oficialmente uma educadora, me vejo cada vez mais com a responsabilidade de acabar com esse mal tão presente nas escolas. Espero que vocês leiam e gostem como eu gostei.

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4 comentários:

  1. Oi, Jaminny!
    Já vi vários comentários ótimos sobre esse livro o que me fez ter vontade de lê-lo, só que até hoje ainda não li rs. Sou um pouco chata com livros com esse tema, mas ele parece ser bem interessante. Gostei muito de saber sua opinião.

    Beijo.
    livrosdawis.blogspot.com.br

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  2. Adorei a resenha, sempre tive vontade de ler e depois dessa resenha minha ansiedade só aumenta!

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    1. Pois leia e volte para contar o que achou da leitura! :)

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